quarta-feira, 17 de março de 2010

Serra transfere a renda

Um dia depois de reviver o inefável Conselheiro Acácio num artigo escrito para o novo velho Estadão, o governador José Serra saiu-se com outra afirmação digna dos melhores momentos do personagem de Eça de Queiroz:
"Melhoria de transporte coletivo é dinheiro no bolso das pessoas, com mais tempo para lazer ou para trabalhar mais. É uma transferência de renda", disse, em um evento da Secretaria dos Transportes Metropolitanos na capital paulista. Na ocasião, Serra firmou Parceria Público Privada (PPP) no valor de R$ 1,8 bilhão para compra e manutenção de 36 trens para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
A platéia deve ter ficado boquiaberta com a perspicácia do nosso douto governador. Pena que, em tal estado de esturpor, ninguém tenha se lembrado de perguntar a ele se a tal "transferência de renda" que o governo paulista promove engorda os bolsos do trabalhador ou os cofres das empresas de transporte.
Porque parece que Serra não sabe que uma passagem de ônibus urbano em São Paulo custa "módicos" R$ 2,70 e o bilhete do metrô sai por "apenas" R$ 2,10.
Investir em transporte público, é claro, melhora, e muito, a vida do trabalhador. O problema é que a administração tucana, que há duas décadas está aninhada em terras paulistas, veio a descobrir isso só às vésperas da eleição presidencial.
Mas não sejamos injustos. Nosso competente governador já disse muitas e muitas vezes que não está em campanha eleitoral.
Temos algum motivo para desacreditar dele?

Um comentário:

  1. Rapaz, ao ler a notícia ontem fiquei embasbacado com a tal "transferência invisível de renda" Que catzo é isso? No caso da maquete pelo menos a gente vviu a maquete, mas "transferência invisível de renda" é de lascar.

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