quinta-feira, 18 de março de 2010

A árvore podre

A queda na qualidade dos serviços públicos paulistanos é algo aterrador. Há muito tempo não se via a cidade tão feia, tão suja, tão abandonada. Ela chega a parecer terra de ninguém, cenário daqueles filmes B de ficção científica que mostram o planeta desolado, as metrópoles vazias, os prédios feito carcaças e o mato invadindo tudo.
Outro dia um conhecido meu me contou uma historinha que resume bem o que fazem, ou deixam de fazer, as nossas "autoridades".
Ele contou que há mais de um ano tenta fazer com que cortem uma árvore já podre em frente da casa de sua mãe, num bairro sob a jurisdição da subprefeitura da Lapa.
Numa das últimas tentativas, escutou do pessoal da subprefeitura que a culpa era da Eletropaulo, que mantém apenas uma equipe na região para fazer esse serviço.
Na concessionária, ouviu que a culpa era da subprefeitura, que não tem gente que faça o trabalho.
Ou seja, sem querer, caiu no velho e manjado jogo de empurra.
Não sei dizer como, mas acabou indo falar pessoalmente com a subprefeita da Lapa, Soninha, aquela ex-vereadora que abandonou o PT para se aninhar sob as asas tucanas.
Foi bem recebido, explicou o problema e agora aguarda uma solução. Depois da "audiência" ficou sabendo que o que existe de fato é uma briga política: a Eletropaulo apóia o prefeito Gilberto Kassab, a subprefeitura faz tudo que pode para bombardear o alcaide.
Enquanto isso, a árvore decrépita continua lá, ameaçando cair com qualquer chuva, qualquer vento.

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