sábado, 27 de março de 2010

Justiça seletiva

Nestes dias em que a Justiça é celebrada por todos e surge como a redentora das deformações mais evidentes de nossa sociedade, é bom lembrar que o jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, que matou a ex-namorada no distante ano de 2001, embora tenha sido condenado a 15 anos de prisão, até agora passou apenas sete meses preso.
Pimenta Neves, ex-diretor de redação do Estadão, assassinou Sandra Gomide com dois tiros. Réu confesso, foi julgado e condenado, mas graças a uma série de manobras de seus advogados, continua solto.
Casos como o seu, infelizmente não são exceção no Brasil. Por isso é preciso lembrá-los sempre que surge, como agora, um fato que dá a falsa impressão de que o sistema judiciário do país trabalha com um mínimo de eficiência.
A verdade é que a Justiça brasileira é seletiva, além de lenta, cara, desorganizada, uma máquina paquidérmica que mal consegue arrastar seu peso descomunal.
Pimenta Neves e sua impunidade de fato são o retrato perfeito de uma tragédia que transcende o nível pessoal e se espalha por toda a sociedade.

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