terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Sempre em frente

José Serra, o descobridor dos sete mares

Vida de político é dura. Se por um lado existem as mordomias do cargo, as benesses do poder, os salamaleques de assessores e correligionários - e até a possibilidade de passar dos limites éticos, de cruzar a linha que separa os honestos dos desonestos sem muitas consequências -, por outro há as horas sem fim das cerimônias oficiais, as perguntas inconvenientes dos repórteres, as campanhas eleitorais.
Ah, as campanhas eleitorais! São longas, estressantes, aflitivas, cansativas, enfim.
Noites mal dormidas, horas e mais horas perdidas em discursos, tapinhas nas costas, conchavos em salas abafadas, cafezinhos amargos, pastéis gordurosos, o sol a pino, o suor escorrendo e grudando na camisa, temporais, enchentes, e os apertos de mãos - pequenas, grandes, tortas, brancas, pretas, lisas, ásperas.
Sujas.
Mas no fim há a satisfação do dever cumprido, a sensação de que, se não foi melhor, não faltou esforço.
É um verdadeiro vale-tudo.
Nessas horas não há espaço para consciência pesada, arrependimentos, titubeios, timidez, constrangimentos, vacilos de qualquer espécie.
O sinal está sempre verde.
É só seguir em frente, passar por todos os obstáculos para merecer o grande prêmio.
Como se diz por aí, e isso, para muitas pessoas, é uma verdade incontestável, os fins justificam os meios.

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