É uma tola providência, contudo. O poder que os jornais têm, hoje, de influenciar corações e mentes é muito reduzido. Na verdade, isoladamente, sem poder usar a tática de um ficar repercutindo o "furo" do outro, eles são como os "house organs" que algumas empresas fazem, com notícias para serem lidas por um público interno, mas que, na verdade, interessam apenas aos seus diretores.
Somada, a tiragem dos principais jornais do país - Folha, Globo, Estadão - não chega a 1 milhão de exemplares. Na teoria, cada um deles é lido por 4 pessoas, o que significa que têm cerca de 4 milhões de leitores. A internet no Brasil já é acessada por 40 milhões de pessoas. Muitas delas já desistiram das formas convencionais de mídia e julgam que é a web que tem as informações mais confiáveis.
De certa forma, é por isso que o cidadão paulistano hoje se sente ludibriado pela propaganda com a que é bombardeado diariamente. Por mais crédulo que seja esse infeliz morador da metrópole, não dá para ele acreditar nas histórias da carochinha contadas por um prefeito e um governador que deixaram o dia a dia de milhões se transformar num inferno.
Como consequência inevitável disso, mitos como a excelência da gestão tucana estão indo, com o perdão do trocadilho, por água abaixo. Pois só aqueles que têm um parafuso solto podem defender uma administração municipal que assiste, há dois meses, impávida, a um bairro inteiro viver na imundície - e nada faz para resolver o problema.
E o que dizer então de um governador que passa as madrugadas postando mensagens no twitter e inicia a sua jornada de trabalho perto do meio-dia?
Certo é que, de agora em diante, com a campanha presidencial tomando corpo, mais a mídia tradicional vai procurar esconder os defeitos e a incompetência de seu candidato preferido. Dessa forma, abdicando de sua função histórica e assumindo o papel de auxiliar de uma força política-partidária minoritária, abrevia ainda mais o pouco que lhe resta de vida. Será um triste fim.
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