Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Serra: imprensa boa é imprensa a favor
É notória a ligação do governador José Serra com a chamada grande imprensa. Folha e Estadão não se envergonham de estender tapetes vermelhos para ele. Também é sabido o desprezo que Serra nutre pelo trabalho dos jornalistas - e por eles próprios.
Na campanha presidencial de 2002, na redação do Estadão, as queixas dos coitados dos repórteres encarregados de cobrir o as andanças do tucano eram constantes. Diziam que não passava um dia sequer sem que Serra pedisse a cabeça de alguém, por não gostar ou do título da matéria, ou da foto escolhida, ou de alguma frase mal colocada.
Não sei se foi piada, mas disseram que ele, num estado de mau humor além do normal, chegou a exigir que o motorista de um carro de reportagem fosse demitido...
Nos últimos tempos até que Serra tem estado bem comedido - trocou as broncas que dava pessoalmente pelo trabalho de assessores, que se encarregam de mandar cartas agressivas aos jornais quando não gosta - e isso é frequente - de alguma matéria.
Nesta semana, porém, Serra teve uma recaída, talvez ocasionada pelo estresse da campanha presidencial meio emperrada, talvez pelo excesso de chuva que atrapalha seus planos publicitários de mostrar como é bonito o vale em que reina.
A insuspeita Folha acabou dando razão a quem fez a pergunta, ao informar que "pelo plano antienchente da bacia do Tamanduateí, feito em 1998, deveriam ser construídos na região do rio 37 piscinões e passados quase 12 anos, apenas 41% destes projetos, segundo o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), estão em funcionamento". O jornal explica ainda que "o Tamanduateí é o principal afluente do rio Tietê, que transbordou três vezes desde a inauguração da obra de rebaixamento de sua calha em 2006. Na época da inauguração, o governo do PSDB, então sob o comando de Geraldo Alckmin, dizia que as cheias no local iriam acabar".
Calma, Serra. Tem muito chão ainda até a sua posse no Palácio do Planalto.
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