terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Chama o ladrão

Sabe aquela sensação de medo e insegurança que só quem mora em São Paulo permanentemente tem? Pois é, a se acreditar na Folha, a explicação é bem simples: segundo o jornalão, dos 3.313 delegados da Polícia Civil do Estado, 800, ou cerca de 24% estão atualmente sob investigação da Corregedoria Geral da Polícia, sob a suspeita de vários crimes - extorsão, enriquecimento, violência, prevaricação, mau uso de dinheiro público etc.
E, para completar o quadro, até um ex-corregedor, Ruy Estanislau Silveira Mello, diretor do Detran até outubro de 2009, integra a lista dos delegados investigados no Estado.
A denúncia da Folha ganhou, sabe-se lá porque, repercussão anêmica nos outros órgãos de imprensa, tão céleres em levar às manchetes acusações contra políticos de partidos aliados ao governo federal - e, especialmente, contra integrantes do governo.
O caso da corrupção praticamente generalizada na polícia paulista é de deixar qualquer um de cabelo em pé, principalmente por se tratar de uma entidade incrustada no Estado mais rico da federação, há cerca de duas décadas sob o comando da mesma agremiação política - que agora pretende voltar ao poder central.
Não dá para isentar o governador atual e os passados de culpa por esse estado de coisas. Afinal, a estrutura policial está subordinada a eles e bastaria uma conversa com qualquer infeliz cidadão que, algum dia, precisou contar com os "serviços" dos nossos bravos policiais, para perceber que algo muito, mas muito errado mesmo, ocorria naquela área.
A situação chegou a um ponto tão grave que consertá-la é praticamente impossível. O melhor, se São Paulo fosse governado por alguém realmente preocupado com o bem-estar da população, seria começar tudo do zero: anunciar a falência do sistema policial atual e instituir um inteiramente novo. Mas para fazer isso é preciso coragem e disposição, é preciso ser um estadista e não apenas um político provinciano.

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