terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Visões distintas

O presidente Lula deu uma resposta objetiva e sintética aos empresários chorões que reclamam da "alta" carga tributária do Brasil - como se, no caso de ela ser reduzida, alguma vantagem, como a redução de preços, fosse repassada ao consumidor.
Ao discursar em um jantar oferecido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), no Copacabana Palace, Rio, Lula afastou a possibilidade de reduções significativas na carga tributária do país, pois, afirmou, somente arrecadando é que o Brasil pode exercer um papel forte como indutor de políticas públicas.
“Esse é o único ponto em que nós vamos continuar tendo discordância: não imaginem um país com carga tributária fraca. Não tem país no mundo em que o Estado possa fazer alguma coisa, que não tenha uma carga tributária razoável. A Europa toda como exemplo, os Estados Unidos e o Japão. Os Estados só podem ter o bem estar social porque eles têm recursos.”
Para Lula, há duas formas para que essa tributação se dê, ou ele (o Estado) cobra da produção, ou cobra no Imposto de Renda. Segundo ele, “temos que escolher, porque nos países que têm carga tributária fraca na América Central (e tem uns que cobram 9%, outros 12%) o Estado não existe: não tem políticas, não tem incidência nas coisas”.
Lula disse que “é bobagem” alguém ter medo de um Estado forte. Segundo ele, o Estado não pode ser é “intruso”, o que é diferente. “Ele não pode querer é ser o Estado gestor, mas ele tem que ser o fiscalizador e o indutor de muitas coisas e a crise mostrou isso muito bem”.
Como se vê das palavras do presidente, há, sim, muita diferença entre o seu governo e o passado, dos tucanos, que reduziu o quanto pôde a presença do Estado nas relações econômicas e sociais.
E é essa distinção que ele pretende levar para a campanha eleitoral de 2010: de um lado a sua candidata, com a bandeira da continuidade dessa maneira de governar, tendo o ser humano como o centro das preocupações; de outro, Serra e o salve-se-quem-puder que marca o jeito neoliberal de ver o mundo.

Com informações da Agência Brasil

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