domingo, 20 de dezembro de 2009

Vai ser dada a largada

Dois fatos apimentaram a disputa presidencial nesses últimos dias: a "desistência" do governador Aécio Neves de pleitear a vaga tucana, e a pesquisa Datafolha, que apontou o estreitamento da distância entre José Serra e Dilma Rousseff.
As duas notícias são ruins para Serra.
O recuo de Aécio obriga o governador paulista a assumir a candidatura, algo que evitava fazer, por temer uma polarização precoce com a candidata de Lula, e o fato de ele ter agora de se dedicar mais ao desgastante trabalho de composições políticas, o que pode afastá-lo do dia a dia de suas funções no Palácio dos Bandeirantes, deixando-o mais exposto a eventuais críticas - como se sabe, 90% de sua imagem de bom administrador é fruto de um misto de propaganda enganosa e cumplicidade midiática.
A outra má notícia foi o Datafolha, que reduziu drasticamente a distância entre os dois principais competidores - antes oscilava entre 19 e 25 pontos, agora está em 14. O PT deve acelerar, já no início do ano, a campanha da ministra-chefe da Casa Civil e, assim, torná-la mais conhecida dos eleitores.
Toda a estratégia do partido, nesse momento, vai ser de colar a imagem de Dilma Rousseff no presidente Lula, que, segundo a pesquisa, aumentou ainda mais a sua popularidade.
O Datafolha mostrou que Serra é o candidato mais conhecido: 93% dizem saber quem ele é. Desses, 30% afirmam conhecê-lo muito bem. Já Dilma é conhecida por 80% dos brasileiros, mas só 13% desses dizem conhecê-la muito bem. Outros 41% só sabem quem ela é de ouvir falar.
Outra preocupação dos petistas, que era sobre a rejeição da sua candidata, foi reduzida com a pesquisa: os índices de Dilma (21%) e Serra (19%) são praticamente iguais.
De tudo isso fica a certeza de que a corrida presidencial, em que pesem análises que procuram mostrar um amplo favoritismo do tucano, tendo em vista a sua liderança nas pesquisas, está ainda por começar. E que o trabalho do presidente Lula nesse processo é de enorme importância: afinal, ele transformou, em um ano, uma ministra praticamente desconhecida da população em uma candidata que começa a disputa com mais de 20% dos votos

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