sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A raposa no galinheiro


Em São Paulo, num passado recente, já caíram pontes e viadutos, o buraco do metrô ruiu, os bandidos do PCC declararam guerra contra a polícia, os policiais civis e militares trocaram tiros entre si, o caos no trânsito urbano virou rotina, a educação e a saúde são de Quinto Mundo, qualquer chuva é suficiente para provocar enchentes e blecautes em bairros inteiros.
Que tragédia falta se abater sobre o povo paulista para que o mito da eficiência da gestão tucana seja, pelo menos, questionado?
São anos e mais anos de administrações medíocres - para dizer o mínimo - que não merecem da imprensa, tão eficaz em outros casos, nenhuma contestação.
É como se São Paulo fosse uma ilha de prosperidade, bem estar e excelência, num mundo cheio de mazelas e problemas de todos os tipos.
Enquanto isso, os números frios das pesquisas mostram o declínio econômico do gigante, a corrosão dos indicadores sociais, num movimento que parece inexorável.
Como explicar esse retrocesso se não como consequência dessa sucessão de governos incompetentes?
Ontem mesmo o governador José Serra mostrou como se comportam os gestores tucanos frente a uma adversidade qualquer, ao responder a uma pergunta sobre o que achava de a fiscalização das obras públicas ser responsabilidade dos próprios construtores.
A sua resposta - "não vejo nada demais, é assim em todo lugar, o Estado não tem gente suficiente para fiscalizar todas as obras que faz" - é moldura perfeita para esse comportamento autista, que despreza não só o bom-senso, mas a inteligência dos pobres cidadãos paulistas.
Pois até um idiota sabe o risco de deixar a raposa tomar conta do galinheiro.

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