Ao convocar uma vidente para dar explicações sobre o blecaute da semana passada, o senador tucano Arthur Virgílio dá exemplo cabal do que é capaz de fazer um desses parlamentares para chamar a atenção da mídia para si. E ainda justifica a piada de mau gosto como se ela fosse alguma peça de um meticuloso trabalho investigativo.
Arthur Virgílio, em que pese a sua absoluta irrelevância como parlamentar, incapaz de formular uma proposta sequer que justifique fazer parte de uma instituição como o Senado - basta recordar o absurdo de seu projeto para unificar o horário da região norte do país - é uma das lideranças oposicionistas mais frequentemente citadas pela imprensa.
Ou seja, há quem o leve a sério - e talvez por isso ele se julgue no direito de fazer o papel de palhaço e dessa forma constranger ainda mais aquela que já foi uma casa importante para a nação.
É justo dizer que o achincalhe não parte apenas do tucano amazonense. Como ele há inúmeros outros, inclusive do próprio bloco governista, como esse inacreditável Eduardo Suplicy, que, quanto mais velho fica, mais se apega ao vale-tudo para se promover.
Nenhuma pessoa de mediana inteligência supõe que uma democracia funcione a contento sem um Legislativo atuante. Do mesmo modo, é lícito dizer que quando esse Poder claudica da maneira como o nosso, a República fica manca, o país anda mais devagar, o processo de consolidação das instituições tropeça.
Ninguém quer que o Parlamento seja uma torre de marfim habitada por sábios inatingíveis ou monges inatacáveis. Como representação da vontade popular, deve ser um microcosmo da sociedade brasileira, com suas virtudes e defeitos. O que não se pode admitir, porém, é que as suas funções sejam completamente distorcidas e ele passe a ser, simplesmente, um local para as reuniões de alegres gazeteiros e despreocupados folgazões.
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