E, se de um lado já parece consenso que foram as ações anticíclicas do governo que apressaram a recuperação, por outro ainda está mal explicado o papel que tiveram os empresários no aprofundamento dos problemas pelos quais o país passou neste último ano.
A precipitação com que alguns setores industriais, como o automobilístico, por exemplo, iniciaram demissões em massa, contribuiu sobremaneira para a deterioração do cenário econômico, causando ainda graves problemas sociais.
Todos sabem que a economia é um mecanismo complexo, que só funciona bem quando todas as suas peças estão ajustadas - se uma emperra, várias outras se ressentem do enguiço e o movimento passa a ter sobressaltos.
Agindo da maneira afoita como agiu, a indústria afetou todo o funcionamento da máquina econômica. E prejudicou a si mesma, pois bancou gastos desnecessários com dispensas de pessoal imotivadas - as montadoras de veículos iniciaram as recontratações poucos meses depois de terem demitido seus empregados.
O desemprego no Brasil, felizmente, volta hoje ao nível baixo que exibiu em boa parte do governo Lula. É bem provável que os índices melhorem ainda mais neste fim de ano. Mas poderiam estar ainda mais satisfatórios se os empresários brasileiros finalmente saíssem do período pré-capitalista em que vivem e ingressassem na era contemporânea, que exige atitudes e decisões mais sofisticada e mais responsáveis com a sociedade.
Se esta crise serviu para alguma coisa foi para mostrar a verdadeira face das pessoas e das instituições. Alguns passaram com louvor no teste; outros, se afundaram ainda mais em sua mesquinharia e irrelevância.
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