terça-feira, 24 de novembro de 2009

Fardo pesado


A última pesquisa da CNT-Sensus, que mostra a queda acentuada das intenções de voto em José Serra, torna ainda mais explícita a principal dificuldade que o tucano terá em sua campanha - se é que vai resolver mesmo ser o candidato. Trata-se da associação de seu nome com o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
“A pesquisa mostra que 49,3% não votaria em um candidato apoiado pelo ex-presidente, enquanto apenas 16% não votaria no apoiado por Lula”, diz Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus, para quem o principal motivo da queda de Serra é a sua lugação com FHC, "que não é um bom cabo eleitoral".
Dessa forma, fica fácil perceber qual vai ser a estratégia de Dilma Rousseff: colar o seu nome ao de Lula e procurar vincular o de Serra ao de FHC.
A pesquisa deve ter provocado um princípio de curto circuito nas hostes tucanas. Principalmente nos serristas, que agora têm bons motivos para se preocupar, pois, afinal, não será de uma hora para outra que o governador paulista conseguirá se desvencilhar do cadáver político que FHC se tornou.
Boa parte de sua propaganda é feita usando a sua biografia passada, louvando as ações que realizou quando era justamente ministro de FHC.
Como faltam vários meses ainda para que a campanha pegue fogo, a pesquisa serve apenas para indicar algumas linhas de ação.
E também para reafirmar um fato que certamente merecerá, no futuro, estudos mais aprofundados: a rejeição popular à figura de FHC, que embora tenha sido duas vezes presidente da República, nunca foi capaz de conquistar aquilo que é mais importante para um político, ou seja, o coração do eleitor.

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