A máxima delfiniana de fazer crescer o bolo para só então depois dividí-lo soava como algo detestável, mas mesmo assim servia como desculpa para a aplicação daquele modelo econômico excludente e elitista, que condenou o país a tantos anos de atraso.
O tempo provou que estavam certos aqueles que iam na contramão desse tipo de pensamento econômico que louva o capital e escraviza o trabalho, que elege meia dúzia de predadores como grandes êmulos do desenvolvimento, condenando a grande maioria da população a viver com as sobras do banquete.
Alguns dos mais contumazes - para não dizer ferozes - críticos do governo Lula são exatamente pessoas que estiveram, em certo momento de suas vidas, no mesmo partido do presidente, ou pelo menos, o apoiando ou torcendo para que seus ideais se realizassem algum dia.
Pois bem, hoje, quando a imprensa quer criar confusão sobre alguma declaração ou ato do presidente, e para dar a essa repercussão um "peso" de imparcialidade, costuma recorrer exatamente aos tais "amigos" do passado. E aguente a pancada! O que eles dizem, no mínimo, é que Lula é um traidor da causa socialista, um sujeito que se vendeu ao grande capital, populista da pior espécie, em suma, uma desgraça para o Brasil.
E voltamos ao começo da conversa. É que, tenham ou não suas razões essas pessoas, algumas delas talvez até bem intencionadas em suas duras análises, elas se esquecem do que, para mim, é o principal: o fortalecimento do mercado interno que o governo Lula proporcionou, invertendo tudo o que seus antecessores fizeram - e assim, aos poucos, apagando as letras pétreas que determinavam essa ignominiosa desigualdade econômica - e social - que marca a história do país.
Claro que a oposição tucana cada vez mais vai reivindicar papel de protagonista nessa virada, essa história de que o Bolsa Família nasceu de programas sociais criados por FHC - e tome um blablablá interminável, puro jogo de cena eleitoral.
A grande virada do Brasil ocorreu quando o governo Lula barateou o crédito, tornou o dinheiro acessível a milhões de pessoas, quando deu reajustes de verdade ao salário mínimo, aos servidores públicos, aos aposentados, quando resgatou da miséria, por meio do Bolsa Família, aquela parcela imensa da população que vivia à margem tanto da dignidade quanto da cidadania.
Foi assim que a nação virou o jogo, passou pela mais grave crise econômica desde o crash da bolsa americana tantas décadas atrás, e sai dela ainda mais forte.
Foi com a força do seu mercado interno - com a força do seu povo.
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