terça-feira, 6 de outubro de 2009

Como o escorpião


Esqueci de uma importante característica da turma do contra entre as tantas que listei na crônica antecedente a esta: seus integrantes gostam de, para usar um eufemismo batido, "faltar com a verdade".
Abusam do expediente de distorcer números e fatos, de modo que eles justifiquem a tese que pretendem provar. Que é sempre dizer que o Brasil é o pior lugar do mundo, rincão ermo, perdido entre os confins da Terra, irremediavelmente condenado a apodrecer entre os desenganados. Uma paródia do inferno, para não dizer o próprio, onde nada se produz além de uma indefectível vocação ao parasitismo, à corrupção e à gatunagem.
Esse lugar imaginado pela turma do contra está tão repleto de males que não existe medicina que o alivie. Nasceu assim - e assim ficará até o fim dos tempos.
O que impele, porém, a turma do contra a permanecer neste cafundó dos judas? Por que seus rabugentos porta-vozes não raspam os cofres gordos e zarpam, céleres, para os verdes vales de bonança e mel que alimentam os seus sonhos?
Simples. É que a turma do contra, como na parábola do escorpião e do sapo, tem a dominá-la o gene do preconceito e não consegue, mesmo quer se esforce, fugir da sua natureza.
Prefere, como o escorpião que envenena o sapo que o conduzia com segurança na travessia do rio, se afogar na ignorância do que renascer na esperança.
Precisa do ódio, vive dele.

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