O governo assinou, neste Dia da Independência, importantes acordos militares com a França, que, além de ajudarem a reequipar a Marinha e a Aeronáutica, vão servir para o Brasil receber tecnologia numa área sensível e de importância fundamental - um dos quatro submarinos da classe Scorpéne que foram comprados terá propulsão nuclear por meio de reator que está sendo construído no país.
Além dos submarinos, foram adquiridos helicópteros - que serão fabricados em associação com empresa brasileira - e é mais que provável que os 36 caças do projeto FX, ainda em processo de análise, sejam os Rafale, da Dassault. Forte indício de que a escolha já foi feita é a visita do presidente Nicolas Sarkozy, que assistiu com Lula aos desfile da Independência, em Brasília.
O aprofundamento dos negócios com a França na área militar é apenas a parte mais visível do estreitamento dos laços com os europeus. Nunca antes a relação entre brasileiros e franceses esteve tão próxima como agora. E isso não é por acaso. Ocorre porque os dois países precisam um do outro - o Brasil para ter um interlocutor de peso entre os membros do G-8, e a França para ter uma voz no G-20, que reúne os emergentes.
Fora isso, é relevante destacar que, prestes a adquirir status de potência mundial, o Brasil precisa começar a pensar grande - e isso inclui cuidar de suas enormes fronteiras, do seu imenso litoral, e de todas as riquezas que o país já produz e vai produzir.
Felizmente, para a gerações futuras, o atual governo soube compreender que o Brasil não poderia continuar a ser um gigante de pés de barro, com forças de defesa não só pequenas, mas principalmente atrasadas doutrinária e tecnologicamente.
Para tanto, foi concebido um ambicioso Plano Nacional de Defesa, que redesenha estrategicamente a atuação das Forças Armadas, possibilitando uma atuação mais dinâmica, e dá bases para um salto de qualidade, ao conceber metas para o seu reequipamento, ao mesmo tempo que ensaia a ressurreição da indústria bélica nacional, com ajuda do BNDES.
Apenas os ingênuos desdenham do papel preponderante que as Forças Armadas têm na divisão geopolítica mundial. Não é à toa que até a pequena Venezuela iniciou a modernização de seu arsenal, ou que a Índia e a China tenham, nos últimos anos, aumentado seus gastos militares - e a Rússia faça um esforço enorme para voltar a ser protagonista nesse campo.
Os Estados Unidos não são o que são porque têm uma bela música, atletas de ponta, filmes cheios de efeitos especiais e carrões bebedores de gasolina. Nem são respeitados por terem contribuído enormemente para o desenvolvimento científico ou enviado seres humanos à Lua, entre tantas outras façanhas.
A pax americana foi construída com ingredientes bem mais amargos.
E.T.: Depois de concluído e publicado este texto, li a seguinte nota da Agência Brasil que corrobora o que já era esperado: "Em comunicado conjunto, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy decidiram fazer do Brasil e da França parceiros estratégicos no setor aeronáutico. Desse modo, Lula anunciou a decisão de entrar em negociações com a França para a aquisição de 36 aviões de combate GIE Rafale. O presidente francês, por sua vez, anunciou a intenção do país de adquirir 12 unidades da futura aeronave de transporte militar KC 390, que está sendo desenvolvida pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer).
Nicolas Sarkozy também manifestou a disposição das indústrias francesas de contribuir para o desenvolvimento do programa dessa aeronave."
Nicolas Sarkozy também manifestou a disposição das indústrias francesas de contribuir para o desenvolvimento do programa dessa aeronave."
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