quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Esquerda, direita


Tive um amigo que se atrapalhava com as coisas mais simples. Quando eu dava carona e ele dizia "vire à esquerda", sabia que era para virar à direita. Não acertava uma. Fora isso e sua incapacidade de lidar com o trivial - pagar contas, chegar mais ou menos no horário nos compromissos, arranjar um emprego estável etc - era absolutamente brilhante no que fazia.
Mais ou menos como o presidente Lula, que, há 30 anos como protagonista do cenário político, se confunde ainda com o que é, neste país, direita ou esquerda. Ou talvez, sabe-se lá, não se importe com essas definições - que, para muitos dos chamados "cientistas sociais" que frequentam habitualmente as páginas dos jornalões, são como peças arqueológicas de um passado remoto e já quase esquecido.
Seja como for, por ingenuidade ou esperteza, Lula afirmou, na reunião do Conselhão, no começo desta semana, que está feliz em saber que a "direita" não estará concorrendo na próxima eleição presidencial.
"Pela primeira vez não vamos ter um candidato de direita na campanha. Não é fantástico isso? Querem conquista melhor do que em uma campanha a gente não ter nenhum candidato de direita? Porque antigamente como era a campanha? Era o de centro-esquerda ou de esquerda contra os trogloditas de direita. Era assim em toda campanha”, disse.
E continuou:
“Se estiver se apresentando os candidatos que eu estou vendo aí, vai ser uma coisa inédita neste país. Se tiver quatro candidatos, são todos do espectro de esquerda. Uns podem não ser mais tão de esquerda quanto eram, mas não tem problema. A história e a origem dão credibilidade para o presente das pessoas. Acho que é uma conquista que temos que aprender a valorizar.”
Nessa relação de adversários de "esquerda" e "centro-esquerda" com que digladiou, Lula relacionou Fernando Henrique Cardoso e José Serra. Escalou Geraldo Alckmin no outro time.
Seja como for, em se tratando de Lula é sempre bom ficar com um pé atrás. Por via das dúvidas, ele informou aos jornais que vai propor uma espécie de CLS - Consolidação das Leis Sociais - para que programas como o Bolsa Família, por exemplo, responsáveis pela inclusão de milhões de miseráveis na sociedade brasileira, não sejam simplesmente extintos pelo seu sucessor - jogue ele em que posição jogar.

Um comentário:

  1. O presidente LULA é o maior politico que já vi com certeza mais a frente saberemos a razão dele ter nomeado os pelegos fhc e js de centro esquerda

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