sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Luxo em ruínas

O mundo fashion está em polvorosa. A loja do Shopping Iguatemi e a fábrica da empresária Franziska Hübener foram alvos de uma ação da Delegacia Fazendária e Secretaria da Fazenda de São Paulo. O valor sonegado em ICMS desde 2007 ultrapassa R$ 8 milhões. A loja, que leva o nome da dona, vende sapatos, bolsas e acessórios de luxo, que foram apreendidos na operação, coordenada pelo delegado Hélio Bressan. "Nós conseguimos pegar uma nota fiscal lá de uma sapatilha de R$ 7,35 que é vendida a R$ 185 sem recolhimento de imposto", disse o delegado.
A dona da loja é investigada há dois anos. Nesse período, a empresa fechou filiais em São Paulo e no Rio de Janeiro e usou um endereço falso para confundir a fiscalização. Nos últimos meses, recebeu ao menos três multas e o valor da dívida com os cofres públicos passa de R$ 2,1 milhões.
Além da butique no Shopping Iguatemi, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em instalações da empresa no bairro do Bom Retiro, na capital paulista, onde funcionava uma loja que vendia coleções passadas. Sapatos, bolsas e documentos apreendidos lotaram um caminhão. A empresa é acusada do crime de sonegação fiscal, mas a polícia também investiga a suspeita de lavagem de dinheiro.
Franziska Hübener é a terceira empresária do ramo de artigos de luxo a ser envolvida com sonegação de impostos em São Paulo.
A primeira foi Eliana Tranchesi, da Daslu, que chegou a ser presa. O processo contra ela foi movido pelo Ministério Público Federal e Eliana foi condenada a 94 anos de prisão por formação de quadrilha, descaminho e falsidade ideológica.
No mês passado, foi a vez de Tânia Bulhões, que atua no ramo de decoração e perfumes, e tem loja nos Jardins. A devassa foi feita pela Receita Federal. Auditores apreenderam R$ 2,1 milhões em dinheiro e cheques, documentos e arquivos de computadores nas lojas da empresária no Jardim Europa.
A alemã Franziska Hübener, no site de sua empresa, diz que suas criações foram, inicialmente, vendidas na Daslu. Informa ainda que desde 1982 está "num amplo local", reformado em 2003, no Shopping Iguatemi, outro parque de diversões da elite paulista, propriedade da família Jereissati.
A empresária e designer, "que cursou o colegial em Oxford" destaca que sua marca pode ser encontrada em mais de 100 butiques no Brasil além de ter representações na França e no Japão.
Ao que parece, a criatividade de Franziska é tanta que ela não se contentou em ficar restrita a bolsas e sapatos - mesmo utilizando em suas criações materiais "nobres e exclusivos", como pele de peixe, peito de peru, canela de avestruz e pé de chester, claro, "devidamente legalizados pelo Ibama".

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