O Nordeste é a região onde o governador José Serra exibe o pior desempenho nas pesquisas feitas sobre a eleição presidencial do próximo ano. Não é por acaso. Serra e os nordestinos têm tanto em comum quanto, por exemplo, o presidente Lula e a classe média paulista.
Por ver que essa incompatibilidade pode ser fatal às suas pretensões, os próceres tucanos estão se esforçando em aproximar Serra dos nordestinos. Na semana passada, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, de Pernambuco, levou o governador paulista até Exu, cidade onde nasceu Luiz Gonzaga. E foi ali que ele mostrou o quanto de óleo de peroba um político é capaz de suportar para deixar a sua cara de pau brilhando:
"Eu morei na Mooca, região onde eles (os nordestinos) chegavam, e na escola, no jardim infantil, eram meus colegas", disse. "Me sinto próximo deles pelo fato de viver na cidade e na região com o maior número de nordestinos fora do Nordeste. Muitos dos meus eleitores são de famílias que vieram daqui", completou.
Serra disse ainda que, em todos os cargos que ocupou, sempre trabalhou "muito" pela região. E, como prova de sua proximidade com os nordestinos, citou a homenagem a Luiz Gonzaga, no mês passado, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo: "Eu condecorei a família dele e acabei até arriscando a cantar junto com o Dominguinhos."
Serra visitou a fazenda onde Luiz Gonzaga passou a infância e o parque Asa Branca, onde há um museu em homenagem ao músico. Lá, teve de comer o prato típico da região, a famosa buchada, feita com miúdos de bode.
Tudo bem: com aquele bico todo, tucano é capaz de comer qualquer coisa.
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