Se alguém ainda tem dúvidas do que significa o jeito tucano-pefelista de governar, tome como exemplo a São Paulo desses últimos dias.
O prefeito Gilberto Kassab, sob o pretexto de melhorar as condições do "caos terrestre", baixou normas rígidas para os ônibus fretados, que conduzem, diariamente, cerca de 40 mil pessoas, basicamente de classe média, para seus locais de trabalho.
A operação foi um desastre total. Engravatados e bem-vestidas, de repente jogados em meio ao zé-povinho em estações superlotadas de metrô e mesmo no úmido e frio passeio público, esqueceram por momentos sua inércia habitual para, vejam só, protestar! E justo contra aquele que mereceu o seu voto na última eleição municipal.
Claro que o fracasso retumbante está sendo escondido por estatísticas fajutas e correções apressadas. Mas é evidente também que o chefe do alcaide trapalhão, o governador José Serra, não gostou nem um pouco do que viu - e deve ter ouvido de seus assessores.
Afinal, uma coisa é distribuir maldades para o trabalhador humilde dos confins da imensa periferia paulistana e outra é mexer com uma classe média que vem, há longo tempo, sustentando o desgoverno dessa turma neoliberal.
São Paulo, a jóia da coroa da federação brasileira, é governada pela assim chamada direita faz muitos anos. A capital até que teve dois governos mais à esquerda, de Luiza Erundina e Marta Suplicy. A última deixou como herança a experiência virtuosa dos CEUs, um plano diretor moderno e mudanças profundas no sistema de transporte urbano - avanços que o sucessor têm persistentemente destruído.
Longe de querer dividir o mundo entre bons e maus, mas essa simplificação realmente expressa o que se vê em terras paulista e paulistana.
Andar pelas ruas de São Paulo é uma aventura e tanto. Viver na cidade é outra ainda maior - é uma tarefa que exige boa dose de paciência e muita de temeridade.
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