A reação absolutamente irada da mídia sobre o lançamento do Vale-Cultura é de um didatismo exemplar.
Como se sabe, os editoriais, notícias e artigos publicados pelos jornalões são simplesmente o reflexo do pensamento dos setores mais reacionários do país. Portanto, quem teve a desventura de ler as críticas sobre o projeto de lei, ficou sabendo, da maneira mais crua possível, que, por trás de todo esse verniz ideológico cheio de nuances, a direita brasileira quer mesmo que o povo se dane - seu único projeto é voltar ao tempo em que o país se dividia em casa grande e senzala.
Segundo o projeto que cria o Vale-Cultura, por meio de um cartão magnético os trabalhadores poderão adquirir ingressos de cinema, teatro, museu, shows, livros, CDs e DVDs, entre outros produtos culturais.
As empresas que declaram o Imposto de Renda com base no lucro real poderão aderir ao Vale-Cultura e oferecer até R$ 50,00 por funcionário, ao mês, com direito a deduzir até 1% do imposto de renda devido.
Os trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos arcarão com, no máximo, 10% do valor (R$ 5,00). Os trabalhadores que ganham mais de cinco salários mínimos poderão receber o Vale-Cultura, desde que garantido o atendimento à totalidade dos empregados que ganham abaixo desse nível. Para esse contingente de salário mais elevado o desconto do trabalhador poderá variar de 20% a 90%.
Estima-se que a iniciativa pode aumentar em até R$ 600 milhões por mês ou R$ 7,2 bilhões por ano o consumo cultural no país.
No Brasil, os números de exclusão da população às práticas, ao consumo e ao direito cultural revelam que apenas 14% da população vai regularmente aos cinemas, 96% não freqüentam museus, 93% nunca foram a uma exposição de arte, e 78% nunca assistiram a um espetáculo de dança.
As críticas à iniciativa vão desde à tradicional acusação de que ela não passa de propaganda eleitoral até ao fato de que o trabalhador vai poder escolher o que quer ver, ouvir ou comprar, algo que, para tais escribas, é um total absurdo, quase um crime.
Na cabeça dessas pessoas, o pobre não tem condições de exercer o livre arbítrio e precisa ser guiado por suas mentes iluminadas.
Melhor fariam tais luminares se procurassem melhorar a qualidade de sua própria produção, de maneira geral, paupérrima.
O jornalista Luiz Carlos Azenha, em seu excelente site Viomundo, provoca o internauta com a pergunta "Por que Serra é o Anti-Lula?"
As respostas a essa questão podem ser muito variadas, mas na essência se resumem a uma única constatação: homens como Serra pertencem ao grupo daqueles que se julgam melhores que os outros e, portanto, não os respeitam.
Serra, por exemplo, nunca lançaria este Vale-Cultura.
MOTTA É UM BRASILEIRO.
ResponderExcluir!!@V@NTE!!