Para quem disse não estar ainda convicto de que sairá candidato à presidência no ano que vem, o governador José Serra até que anda bem animado.
"São apartamentos decentes. Não é como se dizia no meu tempo: quarto, penico e fogareiro", afirmou, ao elogiar o imóvel de 53,23 metros quadrados, parte de um conjunto de 372 apartamentos que inaugurou no Jardim Pantanal, na Zona Leste de São Paulo.
Antes, o espirituoso governador já havia posado para fotos com um time de futebol e até mesmo arriscado alguns chutes a gol.
Claro que a imprensa adorou esta nova face populista de Serra, um político na maior parte das vezes rabugento e mal educado.
Na verdade, a imprensa gosta tanto dele que, ao contrário do que tem feito com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff - com quem provavelmente ele vai se confrontar na corrida presidencial -, em nenhum momento de sua longa trajetória política chegou a duvidar das suas credenciais acadêmicas.
Serra é tratado por todos como um eminente economista, autor de obras essenciais para a compreensão dos mais profundos problemas do ser humano em sua luta cotidiana pela sobreviência. Embora tais títulos sejam segredos guardados a sete chaves e existam mil e uma versões diferentes sobre a formação profissional do capo paulista.
Mas para a nossa imprensa, isso é ninharia. Pois Serra, a julgar a deferência com que a mídia o trata, afigura-se um portento intelectual, daqueles que bastam abrir a boca para que a audiência - um grupo de privilegiados - bata palmas e peça bis.
O autêntico gênio da raça.
Com Dilma é diferente. Uma informação enviezada em seu currículo foi o suficiente para que vetustos diários abrissem manchetes mordazes, títulos sarcásticos e textos definitivos na condenação do que julgam um embuste.
Pobre Dilma! Mal sabe o que a espera.
E a campanha ainda nem começou...
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