quarta-feira, 22 de julho de 2009

Futebol, emoção e razão

Os clubes de futebol do Brasil ensaiam um movimento para conter os salários pagos a jogadores e técnicos. Os números divulgados pela imprensa, diariamente, são impressionantes. É como se o Brasil já fosse uma potência de Primeiro Mundo e não sofresse as consequências da mais grave crise financeira desde o crash da Bolsa de Valores de Nova York em 1929.
Todos sabem que os clubes brasileiros ou estão falidos ou estão à beira da falência. Têm dívidas monstruosas. A Timemania, que poderia aliviar o peso, não decola. A administração continua amadora, quando muito, temerária, na maioria das vezes.
O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, atual presidente do Palmeiras, tem tentado convencer os colegas de outros clubes a atuar de forma mais responsável, ou seja, aliviando a folha de pagamento, enquadrando as despesas nas receitas. Algo primário, mas que poucos conseguem fazer.
O próprio Palmeiras é vítima desse descontrole. A situação foi herdada por Belluzzo, que procura agora meios de arranjar mais recursos e cortar o máximo dos gastos, enquanto a torcida fanática clama por títulos e por craques.
Esse é o principal problema do futebol brasileiro - talvez de todo o mundo. Os cartolas equilibram-se em uma fina e oscilante corda. São empresários que não vivem de lucros, mas de conquistas. São obrigados a agir conforme a emoção e a deixar de lado a razão. O imediatismo domina as relações profissionais, que, por sua vez, são influenciadas pelo público externo.
O futebol, que é simples no campo, é complicado fora dele.
Belluzzo apontou um caminho. Não é o mais fácil, mas certamente é o mais seguro.

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