domingo, 5 de julho de 2009

Bola de couro, bola de ouro

Notas de colunistas especializados dão conta que o técnico Muricy Ramalho recebeu proposta de cerca de R$ 400 mil mensais para dirigir o Palmeiras no lugar de Wanderley Luxemburgo, que, segundo as mesmas fontes, tinha salário entre R$ 500 mil e R$ 600 mil por mês.
Desde o início deste ano o Palmeiras é presidido por Luiz Gonzaga Belluzzo, que, entre outras coisas, é assessor informal de economia do presidente Lula. Um dos objetivos de sua administração é modernizar o clube e equilibrar as suas finanças, conforme ele mesmo afirmou em inúmeras entrevistas.
Porém, a se dar crédito às informações dos tais cronistas esportivos, o que Belluzzo pensa em fazer no Palmeiras, contratando um profissional que custa R$ 4,8 milhões por ano, contraria toda a sua brilhante carreira acadêmica e de eminente economista.
Está certo que o futebol é algo único, principalmente no Brasil. Mexe com a mais profunda emoção de dezenas de milhões de pessoas, iguala intelectuais a operários, patrões a empregados na desmedida paixão que provoca.
Mesmo assim, caberia aos dirigentes baixar a adrenalina que os jogos proporcionam e, em vez de agir como torcedores, procurar injetar um mínimo de racionalidade em seus negócios.
Daqui a cinco anos, se tudo der certo, o Brasil será a sede do evento esportivo mais visto no planeta, a Copa do Mundo de futebol.
A expectativa de que consiga organizar a competição como os países do Primeiro Mundo, em edições recentes, é enorme.
Para isso, todavia, é necessário que essa nova geração de cartolas, com o próprio professor Belluzzo à frente, mude os paradigmas, transforme os conceitos e revolucione as práticas.
A bola está com eles - e tem de ser aquela tradicional, de couro, e não qualquer imitação mais cara de ouro.

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