Em sua última edição, a revista inglesa The Economist afirma que o presidente Lula tem bom motivos para usar o bordão "nunca antes na história deste país¨. É que, segundo a publicação, o Brasil foi um dos últimos países a entrar em recessão, devido à crise econômica global, e será um dos primeiros a sair dela.
A revista lembra que a taxa de juros encontra-se hoje no nível mais baixo de todos os tempos e lista uma série de marcos que indicam a recuperação da economia brasileira, como o valor de mercado da Bolsa de Valores, que voltou aos números anteriores à quebra do Lehman Brothers, em setembro do ano passado, e o recuo de 0,8% do PIB no primeiro trimestre, abaixo da aposta da maioria dos analistas. Citando economistas, como o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, a revista atribui a recuperação a políticas monetária e fiscal mais flexíveis adotadas este ano.
Otimismo inglês à parte, é mesmo praticamente certo que o pior já passou. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, adiantou que em maio foram criados mais de 100 mil postos de trabalho com carteira assinada, revertendo de vez a série negativa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged.
Outro indicador de que a economia voltou a se aquecer é dado pelo índice da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, que mostra que em maio o fluxo de veículos pedagiados registrou crescimento de 0,4% em relação a abril e de 0,5% em relação a maio do ano passado. O movimento de veículos pesados apresentou alta pelo quarto mês consecutivo, alcançando crescimento de 2,7% em maio em relação ao mês anterior. "Este já é um número forte, que confirma a retomada mais assertiva da atividade industrial", diz Ariadne Vitoriano, analista da Tendências, empresa responsável pela elaboração do índice.
Analistas que duvidavam da previsão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o PIB deste ano vai se expandir cerca de 2% já revêem suas previsões pessimistas e dizem que ele pode mesmo estar com a razão.
E, se isso se confirmar, diminuem ainda mais as chances de José Serra vencer a eleição presidencial de 2010. Afinal, todos sabem que a possibilidade de o Brasil sucumbir à crise econômica ainda é uma das principais bandeiras dessa oposição que aposta no "quanto pior, melhor" para ter êxito em sua tentativa de voltar ao poder.
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