Na noite de quarta-feira, véspera do feriado de Corpus Christi, cerca de 40% dos 800 quilômetros das ruas paulistanas monitoradas pela Companhia de Engenharia de Trânsito (CET) estavam congestinadas. Aproximadamente 300 quilômetros de vias apresentavam problemas. Foi o maior congestionamento da história de São Paulo.
E, como as vendas de veículos continuam altas e não se vê nenhuma tentativa de solução para o problema, é possível dizer, sem ajuda dos búzios ou qualquer outro instrumento de predição do futuro, que o fim está próximo.
Os otimistas poderão argumentar que a prefeitura e o governo do Estado investem em obras para ampliação do metrô e do rodoanel, mas a verdade é que quando elas estiverem prontas - e algum dia isso fatalmente ocorrerá! - a situação do trânsito paulistano será ainda pior do que hoje. Ou seja, essas obras apenas ajudarão a diminuir o problema, mas não a resolvê-lo.
O caos vivido hoje em São Paulo é resultado de anos e anos de descuido total do poder público em relação ao transporte coletivo. As administrações gastaram fortunas em obras que privilegiam somente os carros. O resultado é isso que está aí.
São Paulo é, sob muitos aspectos, uma cidade cruel com seus habitantes. O que mais dói, porém, é saber que quase nada se faz para livrá-la de sua desumanidade.
Nenhum governante, por exemplo, poderia ficar indiferente às condições em que vivem os trabalhadores, submetidos à humilhação de passar horas e horas em desconfortáveis ônibus ou vagões de trens e metrôs - ou mesmo, no caso dos mais "privilegiados", sentados nos bancos de seus veículos, sob um estresse quase insuportável.
A inação do prefeito e do governador em relação ao que se vê na cidade amedronta qualquer cidadão.
É o horror cada vez mais próximo, tangível, que chega inexorável.
Bom comentário, postei algo em meu blog tb: http://guerrilheirosvirtuais.blogspot.com/2009/06/cade-o-caos-viario.html
ResponderExcluirUm abraço
Saroba