sexta-feira, 24 de abril de 2009

O ponto máximo

A revelação de que todo o alto escalão do governo George W. Bush sabia e concordava com a prática de torturar presos por terrorismo - uma alegação ampla e difusa - completa o quadro de horror com que a sua administração brindou o mundo. 
Bush patrocinou guerras bárbaras, foi um desastre econômico, ignorou fóruns internacionais, como a ONU, elevou a antipatia pelos Estados Unidos a um nível nunca antes visto.
E, como resumo de uma obra construída com doses generosas de ganância, de arrogância e de completa ignorância sobre temas variados, vem essa informação estarrecedora: o país campeão das liberdades individuais e dos direitos civis, foi (é?) patrocinador da mais abjeta manifestação do ser humano. E isso como uma política de Estado! 
Pior de tudo é que a administração Bush, por mais desmoralizada que tenha se findado, foi paradigmática: expressou, sob diversos ângulos, a quintessência do sistema capitalista, com todas as suas contradições radicais.
A tortura é a jóia da coroa desse tenebroso legado ao mundo. Com todo o seu horror, expressa perfeitamente a ordem social e econômica em que vivemos. 
Não há nenhuma contradição no fato de ela ser aplicada por homens bem nutridos, bem remunerados, afáveis em suas relações sociais e familiares e até mesmo devotos de uma crença religiosa qualquer que prega o amor entre todos.
Bush e sua tortura são apenas a ponta de um gigantesco iceberg. 

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