O presidente explicou que está feliz em ver que sua sucessão não terá como concorrentes nomes de direita: "Vejo companheiros de esquerda, de centro esquerda, progressistas. Isso é um avanço extraordinário para o Brasil."
Os elogios de Lula a Serra, Aécio e Ciro não são falsos. O presidente acha mesmo que eles são, por assim dizer, "progressistas".
Lula mantém um relacionamento cordial com os tucanos e Ciro foi ministro de seu primeiro governo.
Além disso, essas questões de esquerda, centro, centro esquerda, centro direita, nunca foram muito claras para ele no campo político: a composição de sua base parlamentar e ministerial fala por si só.
Sarney, Temer, José Múcio, Geddel, Miguel Jorge e outros tantos companheiros, se não fosse o chefe que têm, estariam perfeitamente bem escalados num time com as cores da fina flor do mais agudo reacionarismo.
A questão é que Lula é um animal político sui generis, de fazer inveja a qualquer esfinge: quando alguém pensa que o decifrou, ele aparece com uma nova charada.
E, de todas, a sua sucessão é a mais intrigante, pois apesar de todos já saberem que ele não quer o terceiro mandato e que aposta todas as fichas em Dilma Rousseff, ficam no ar algumas perguntas essenciais:
1) Que papel terá o PMDB nesse jogo?
2) De que maneira ele lidará com a provável candidatura de Ciro Gomes?
3) O que fazer com os partidos menores da base?
4) Como resolver o enorme problema das disputas estaduais?
E, terminada a eleição, seja lá qual for o seu resultado, como o ex-presidente Lula se comportará?
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