terça-feira, 10 de março de 2009

Trio calafrio

O quadro sucessório paulista para 2010 está quase formado. Já se sabe de três candidatos a suceder José Serra: pelos tucanos, Geraldo Alckmin; pelo PT, o deputado Antonio Palocci; e, provavelmente, pelo "Bloquinho", uma reunião de PDT, PCdoB e PSB, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
Dos três, o que pode encontrar algum problema para ser indicado é Palocci, escolha pessoal do presidente Lula: o ex-ministro da Fazenda está enrolado com a Justiça por causa daquela história do caseiro Francenildo. A expectativa é que o Supremo Tribunal Federal julgue ainda este ano a ação e conclua pela inocência do deputado. 
Mas, mesmo que isso ocorra, há dificuldades adicionais para Palocci, que tem o apoio explícito dos grupos liderados por Marta Suplicy e José Dirceu, mas enfrenta resistências do presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini, e de outras lideranças estaduais, como o deputado João Paulo, de Osasco, que quer ter como candidato ao governo do Estado o prefeito de sua cidade, Emídio de Souza.
Já Paulo Skaf anda à toda em sua campanha. Está tão engajado em construir uma candidatura que aceitou se expor aos jornalistas da revista Playboy. Release da publicação informa que o presidente da Fiesp será o personagem de seu "Entrevistão" de março. E traz os highlights da conversa:
“Com inflação de 4%, emprestar a 160% de juros é um absurdo! Há 40 anos, isso dava cadeia. Se você pegar taxas e inflação da época, conclui que os agiotas eram mais bonzinhos!"
“Não costumo me incomodar com comentários infelizes. O doutor Adib Jatene, criador da CPMF, é um médico de respeito e, para o bem do Brasil, deveria ficar no hospital.”
“O pior da crise não passou. Cobramos ações, mas houve demora na reação. Pensar que o mundo vai mal, mas nós podemos estar bem, não é uma realidade.”
“Se o Abilio Diniz deixou a empresa na mão do CEO e foi à praia, é um direito dele. Ele não tem procuração para falar em nome da classe empresarial.”
“Não ser Steinbruch, Gerdau ou Ermírio de Moraes facilita na Fiesp. Grandes grupos têm dificuldade em separar interesses próprios dos da entidade.”
“Não tenho bebida preferida. Ontem tomei a cachaça do José Alencar. Num dia quente, gosto de chope com colarinho. No frio, aprecio um bom vinho tinto.”
Pelos exemplos se vê que até um Paulo Skaf, com muito treino e orientação profissional, pode ser tornar um frasista, mesmo medíocre. 
Se persistir, poderá chegar ao nível absolutamente raso e insosso dos políticos profissionais com quem disputará a corrida rumo ao Palácio dos Bandeirantes. 
O trio é de provocar arrepios em qualquer eleitor um pouco exigente.
Alckmin, Skaf e Palocci têm tudo para transformar a eleição de 2010 numa das mais sonolentas e desinteressantes da história. 
Mas São Paulo merece outra coisa?

2 comentários:

  1. Não acredito! Paulo Skaff, aquele do Cansei? Vixi, desta vez São Paulo se separa do Brasil. Vou dar 3 batidas na mesa para isso não acontecer e fingir que esses partidos que o apoiam ainda são de esquerdas....

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  2. Não, não merece. Deviam lançar o Chalita para vice de um e a Soninha do outro.

    O PT, bem o PT... melhor nem comentar.

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