sexta-feira, 13 de março de 2009

Gigante com pés de barro

São Paulo sempre foi um Estado meio metido à besta. Seu próprio lema, o "Non ducor, duco" indica claramente essa mania de grandeza, essa vaidade, esse narcisismo, uma arrogância mal disfarçada. Há até uma certa tendência ao segregacionismo, eclipsada, porém, pelos nossos irmãos gaúchos. 
Mas essa história de ser "a locomotiva da nação" não é bem assim. 
Agora, em meio à crise econômica global, se vê que o gigante paulista tem pés de barro: é o Estado que mais sofre os efeitos da falta de crédito e de confiança. A poderosa Fiesp, diariamente, dá notícias alarmantes de seus filiados. A última delas mostra demissões recordes.
Os números que São Paulo exibem o colocam ao lado dos maiores países do planeta. Mas mostram também que nele as desigualdades ainda são de uma nação do Terceiro Mundo. Como o resto do país, o território paulista exibe apenas ilhas de prosperidade, cercadas por um mar de pobreza.
Como no resto do Brasil, sua elite vive apenas para acumular capital, sem nenhum compromisso com qualquer outra ideologia. 
Some-se a essa mentalidade puramente extrativista de seus capitalistas a mediocridade dos governantes que têm passado pelo Palácio dos Bandeirantes - e a receita para o fracasso fica completa. 
São Paulo é como aquela estátua do bandeirante Borba Gato na Avenida Santo Amaro: grande, mas dura, feia e suja.

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