sexta-feira, 20 de março de 2009

Acima do bem e do mal

O governador José Serra é absolutamente previsível. 
De poucas palavras, quando fala é para elogiar o (pouco) que faz, ou para criticar seus adversários - ou desafetos.
Nesta semana, o delegado Protógenes Queiroz, o líder da Operação Satiagraha, homem detestado pela elite brasileira acostumada a dilapidar o patrimônio público por meios os mais diversos, ousou dizer que "a segurança pública do Estado retrata bem o que é hoje o governo Serra".
Em resposta dada numa entrevista coletiva, o governador retrucou que, se for assim, sua administração vai bem, citando como exemplo disso uma suposta queda dos índices de criminalidade.
Mas fez uma ressalva: "Essa não é uma resposta a ele (Protógenes). Esse indivíduo não está à altura de receber resposta de um governador."
A frase não foi a única barbaridade dita por Serra nessa entrevista. 
Ele teve ainda a cara de pau de defender o ex-secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, que caiu depois de uma avalanche de denúncias de corrupção na área. "Marzagão trabalhou muito bem nesses dois anos. É um homem correto, dedicado, leal e íntegro", afirmou o governador, que emendou em seguida mais uma pérola: "Tem coisas curiosas que saem no jornal, falam de escândalo. Na verdade, boa parte das coisas são irregularidades que nós descobrimos porque estamos dando combate."
São assim as coisas no reino tucano. As aparências sempre enganam e as evidências muitas vezes são enganosas.
Vale mesmo a palavra do chefe, incontestável, absoluta, definitiva.

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