quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Estrada sinuosa

No mesmo dia em que seu partido, junto com o PFL, entrava com representação no Tribunal Superior Eleitoral contra suposto uso eleitoral do encontro do presidente Lula com prefeitos de todo o país, o governador paulista José Serra fazia a mesma coisa: mostrava suas realizações aos mais de 500 chefes de Executivo do Estado. "Nada do que estou dizendo é coisa para a mídia. Isso aqui é uma reunião de trabalho", justificou.
O ocorrido mostra a que se resume a oposição hoje no Brasil. Sem rumo, vaga ao sabor dos ventos, ora de um lado, ora de outro. Como não tem nenhum plano de governo, nenhuma bandeira para mostrar ao eleitor, a não ser o único propósito de tomar o poder, aproveita qualquer coisa para criar factóides.
Mas mesmo com a ajuda maciça da mídia, parece que entrou num pântano do qual não sabe sair. As crises que fabrica não duram o suficiente para comprometer quem quer que seja. São artificiais e inconsistentes, facilmente descartáveis.
Além desse claro problema de falta de rumo, a oposição vive um mais sério: não percebe que o país mudou e ela não.Usa métodos políticos que eram eficazes há 50 anos para um eleitorado que se livrou das amarras materiais e psicológicas que o prendiam ao coronelato - entre outras virtudes, os programas sociais têm essa, de levar seu beneficiário a se tornar um cidadão. 
A jornada de Serra e companheiros rumo ao Planalto não será fácil. A despeito de todas as pesquisas de opinião que dão ao governador paulista ampla vantagem na corrida sucessória, há uma longa, sinuosa, difícil estrada a ser percorrida - com poucos postos de abastecimento e muitos pedágios para pagar. 

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