sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

As Polianas de São Paulo

Pouco se fala sobre a sucessão paulista. O silêncio é tão profundo que dá a impressão que Serra ficará no Palácio dos Bandeirantes para sempre. 
Mas é um silêncio apenas aparente, de conveniência. Os jogadores estão simplesmente juntando as fichas para começarem as apostas.
Um dos esquemas mais intricados foi revelado pelo jornal Valor Econômico, segundo o qual Paulo Skaf, presidente da Fiesp, a mais poderosa entidade empresarial do país, pretende, juntando-se ao chamado Bloquinho (PDT, PCdoB, PSB) e a outros partidos menores, sair candidato ao governo do Estado. 
As conversas já tiveram início. Skaf se julga em plenas condições de competir para vencer, graças, supõe, à sua exposição na mídia nesses anos todos em que está à frente da Fiesp.
Na cabeça dos idealizadores da candidatura, ela seria o exemplo acabado da união trabalho-capital, concepção mais que rósea de um mundo perfeito, em que as divergências intrínsecas e irremediáveis dos papéis desempenhados pelos protagonistas seriam finalmente superadas.
Os políticos do PT já avisaram que com Skaf não tem conversa. Acham que ele, apoiado, em sua primeira candidatura à Fiesp, por Lula, não é confiável, ainda mais depois da cruzada que fez em prol da extinção da CPMF. Por isso, vão de candidato próprio. 
Quanto ao Bloquinho paulista, resta a esperança de que seus integrantes se convençam o quanto antes da inviabilidade dessa indigesta simbiose entre patrão e empregado. Pois, se persistirem na tentativa de dar vida a tal homúnculo, correm o sério risco de serem reconhecidos publicamente como mais ingênuos que a mais ingênua das Polianas. Algo que, para um político, não cai nada bem.

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