O sujeito pode discordar do outro em tudo, mas se quiser ganhar a parada, só tem um jeito: vencer por meio de argumentos, provar que o que diz é o certo - e o que o outro fala é o errado.
Quando o cara apela para a baixaria, quando joga sujo, quando parte para a violência, quando procura desqualificar o adversário desviando o assunto para temas completamente fora de questão, com coisas do tipo "você não sabe escrever", ou para o nível pessoal, aí não dá mais.
É hora de encerrar o debate.
Foi mais ou menos isso o que a Folha de S. Paulo fez ao responder de forma grosseira às cartas dos professores Fábio Comparato e Maria Victoria Benevides, que não concordaram com a qualificação de "ditabranda" usada pelo jornal para qualificar o período em que o Brasil viveu a longa noite dos generais.
Da mesma maneira que a Folha tem o direito de achar o que quiser, os leitores têm de discordar de sua opinião.
Na "ditabranda" da Folha muitos pagaram um alto preço por discordarem daqueles que deram um golpe militar, rasgaram a Constituição, cassaram direitos políticos de opositores, fecharam o Congresso, instituíram tribunais de exceção, prenderam, torturaram e mataram inúmeras pessoas pelo simples crime de discordar de um regime constituído pela força - e não pelo direito.
Na "ditabranda", vozes como os dos professores Comparato e Maria Victoria tinham de ser caladas. Hoje, elas são muito necessárias.
Será que a Folha ainda não entendeu isso?
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