É quase impossível, depois de ler tudo o que os mais variados sites de informação trazem, não ver, por trás dos lamentáveis acontecimentos da pobre, da miserável Bolívia, o longo e pesado dedo de Tio Sam a cutucar feridas centenárias, a apertar botões que abrem cofres recheados com a plata verde que faz e desfaz líderes, presidentes, alcaides, comandantes e que tais em nuestra gran, bela y muy amada América de Sur.
É sobretudo triste ver que, às vésperas de uma eleição presidencial que tantas esperanças traz não só para os americanos, mas para todo o planeta, ainda persistam, por parte dos governantes dos EEUU tais práticas que apenas contribuem para arraigar a imagem altamente negativa que o país tem em grande parte do mundo.
E o pior de tudo é que não há muito a esperar do próximo manda-chuva de lá. Tanto McCain quanto Obama partilham a idéia de que têm por missão preservar o status quo que determina que todas as nações se dobrem de joelhos à indubitável e esmagadora superioridade americana.
Um dogma que se mantém, pelo menos em nosso país, em grande parte, à vassalagem explícita, profundamente cultuada por uma classe social sem raízes, sem passado nem futuro, que vive apenas o presente efêmero e fútil, pobres colonizados que macaqueiam entre si palavras em inglês que não entendem e modismos que copiam sem pudor.
São os oposicionistas de lá, que se referem ao seu presidente como "el indio", e os oposicionistas de cá, que até já ameaçaram "dar uma surra" no presidente que não engolem porque é, além de ex-operário, um retirante nordestino.
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