O 10 de setembro de 2008 foi um dia de muitas emoções para todos aqueles que querem ver o sapo barbudo coaxar longe de Brasília.
Começou com uma notícia que jogou não um balde de água fria, mas um iceberg inteiro, nas pretensões de que a economia enfim começasse a dar uma resposta eficaz ao desgoverno do país.
Para a turma que esfregava as mãos quando o IPCA, inflado pelo preço internacional dos alimentos, se desgarrava do vôo rasteiro a que se acostumara nos últimos anos, a revelação de que o PIB do segundo trimestre havia crescido 6% em relação ao mesmo período de 2007, foi decepcionante. Pior, os próprios analistas que prediziam anteriormente a volta do país à mediocridade em que se sempre viveu, correram para refazer suas profecias: desculpe, disseram, erramos, o crescimento econômico deste ano será maior do que supúnhamos. Haja coração!
Quando tudo parecia se encaminhar para um daqueles dias duros de aguentar, houve, porém, a ajuda da providência. Não a divina, que essa anda desanimada com os rumos deste insignificante planeta. O socorro partiu de mais perto, ali do lado da vizinha Bolívia, onde uma parte da nação, a dos menos pobres e de pele mais clara, joga o perigoso jogo golpista. Querem porque querem derrubar o presidente, que chamam, não por simpatia, mas por preconceito, de "o índio".
Mas afinal, o que fizeram esses ferozes críticos do "cocalero" para que os nossos simpáticos e patriotas oposicionistas voltassem a esboçar um sorriso franco e límpido? Simples: explodiram um gasoduto que abastece o mercado brasileiro e assim cumpriram a promessa de prejudicar o fornecimento de gás para o país.
Pelas bandas de cá, onde nem tudo são flores para a turma que mora na cobertura, engajada que está, entre outras coisas, na tarefa de fazer o banqueiro Daniel Dantas virar o renovador da legislação penal brasileira ("Artigo 1 - Todos os que mexerem com os brancos e ricos são culpados até prova em contrário"), uma crise energética até que cai bem nesta hora.
Porque pouco importa que o gasoduto tenha sido construído sob o governo do Príncipe. E que ele, na sua sabedoria, não tenha previsto a terrível implicação de o Brasil ficar dependente de um fornecedor historicamente vulnerável a periódicas convulsões sociais.
Bobagem. Para esse bando, que fica a sobrevoar o Planalto Central, como aves de rapina, toda desgraça é bem-vinda. Pois não é que elas apenas sobrevivem e se reproduzem à custa da podridão da carniça?
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