terça-feira, 1 de julho de 2008

Trem bom

Um dos projetos mais ambiciosos do governo Lula é o do trem de alta velocidade (TAV) ou simplesmente trem-bala, que ligará Campinas ao Rio de Janeiro, passando pelos aeroportos de Viracopos, Guarulhos e Galeão. Ainda neste ano o BNDES deverá divulgar os estudos referentes ao traçado do projeto, de cerca de 550 quilômetros, para que, no início de 2009, seja feita a licitação.

O trem-bala brasileiro já desperta o interesse das empresas que detêm a tecnologia desse meio de transporte - franceses, alemães, japoneses e coreanos. O investimento é alto, de mais de US$ 8 bilhões, mas quem se dispuser a bancar a obra não estará simplesmente construindo um meio de transporte moderno, eficiente e seguro: vai passar à história por ter feito a ponte que irá marcar a ruptura entre o Brasil Terceiro-Mundo, o Brasil atrasado e medroso, e o Brasil moderno, um país entre as maiores potências mundiais.

A construção de um trem-bala entre São Paulo e Rio vem sendo cogitada há pelo menos 30 anos. Desde o tempo da ditadura militar se fala nisso. Até FHC resvalou - de leve - no tema. Mas foi somente no governo Lula que a obra começou a ser levada a sério.

Não há nenhum grande problema de engenharia envolvendo a construção. Ainda hoje restam resquícios da linha férrea que ligava os Estados de São Paulo e do Rio. Um trem de alta velocidade exige apenas um traçado mais plano e reto, nada que alguns túneis não possam resolver.

O que então impediu, nesses anos todos, a adoção desse meio de transporte absolutamente necessário para o desenvolvimento do corredor Rio-São Paulo? Claro que foram muitos fatores, mas o mais determinante foi mesmo a vontade de fazer a obra - e, para isso, o necessário desprendimento do complexo de vira-lata que acomete grande parte da classe política-administrativa do país.

São essas pessoas, que vivem permanentemente com os olhos voltados para o Norte e a repetir a ladainha de que o Brasil nunca dará certo, que impediram até hoje não só a construção de um trem-bala, mas, principalmente, a construção de um país mais digno, justo, rico, igualitário - e feliz.

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