A Ordem dos Advogados do Brasil intensifica seu lobby a favor da sanção sem vetos do projeto que blinda os escritórios advocatícios. Vai na contramão de inúmeras outras entidades de classe que vêem na inviolabilidade apenas um privilégio injustificado, que pode proporcionar a um profissional direitos que os outros não têm.
A OAB possui uma longa tradição de defesa da democracia. Porém, nos últimos tempos, vem derrapando em seu caminho de defensora do Estado de direito. Por acaso isso ocorre desde que Lula está na Presidência.
Um dos episódios mais marcantes dessa nova fase da entidade foi o seu engajamento no movimento Cansei, que pretendia desgastar o governo federal, à reboque do acidente com o A-320 da TAM em Congonhas.
Não aprendeu com o fracasso dos cansados e procura, constantemente, motivos para se colocar contra as ações do governo do PT. Age como auxiliar de tucanos e dos demos, esses neopefelistas.
Recentemente, amplificou as vozes dos que pretenderam tumultuar o trabalho da Polícia Federal que determinou a prisão e posterior indiciamento de Daniel Dantas. Assim, forneceu combustível para a tese de que a PF atua no sentido de exterminar as liberdades individuais, atacando, como numa permanente vendetta, apenas os ricos e poderosos. Nessa visão, a PF não tem interesse nenhum em investigar crimes, mas apenas em expor à humilhação pública os inimigos do regime.
A teoria é tão primária que não merece maiores comentários, mas está de acordo com o nível da oposição exercida por políticos e associados que fazem parte dessa massa de interesses denominada "sociedade civil".
A aventura em que se meteram os dirigentes da OAB com essas práticas dá um gostinho apimentado a uma profissão que à maioria da pessoas parece insípida. É bom lembrá-los, porém, que exatamente por estarem acostumados a uma vida sedentária, tantos exercícios podem causar seqüelas permamentes. No corpo e no espírito.
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