A Justiça Eleitoral paulista indeferiu o pedido de candidatura de Anaí Caproni Pinto e seu vice Roberto Gerbi, que pretendem disputar a eleição para a Prefeitura paulistana pelo Partido da Causa Operária, o popular PCO, um dos herdeiros do pensamento de Leon Trotski em terras tropicais.
O motivo para o indeferimento é que Ana deixou de votar e justificar a ausência nas eleições de 2004 e 2006 e tampouco pagou as multas cobradas nesses casos. Gerbi não votou nem justificou a ausência na eleição de 2004, deixou de prestar contas da campanha de 2006 e não comprovou o grau de escolaridade exigido para o cargo pretendido. Ainda cabe recurso no Tribunal Superior Eleitoral.
O site do PCO não trata ainda (29 de julho) do assunto em sua homepage. Um dos seus destaques é uma análise sobre a esquerda e as eleições, na qual se conclui que a "frente de esquerda" formada pelo PSol e PSTU na eleição presidencial passada e mantida em várias cidades nestas eleições municipais é simplesmente "uma reedição piorada da política do PT", sendo, portanto, preciso "denunciar, em especial, o mecanismo de atrelamento das massas à burguesia, através das pesadas engrenagens eleitorais burgueses que estes partidos construíram e que se estendem a todas as organizações de massas".
O artigo termina dizendo que "no centro de um programa revolucionário para a atual etapa está, além da defesa das reivindicações democráticas e econômicas imediatas das massas, a luta aberta contra a propriedade privada e o Estado capitalista, a denúncia do regime político em todos os seus aspectos e a luta por um governo operário".
Não explica, porém, a lógica de se criar um partido político para concorrer no processo eleitoral se seus candidatos nem vão às urnas para votar neles próprios.
Uma esquerda de tal porte é a garantia de muitos anos de felicidade e poder para a direita.
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