quarta-feira, 4 de junho de 2008

Poder absoluto

É cada vez mais forte o rumor de que o Estadão está sendo negociado com a Infoglobo, holding que engloba os jornais (O Globo, Extra, Expresso, Diário de S. Paulo) e a agência de notícias da poderosa Organizações Globo.

Se verdadeira, é uma notícia alarmante. O já estreito mercado da informação no Brasil ficará mais concentrado - e justamente nas mãos de uma empresa hegemônica na mídia eletrônica.

A guerra dos jornais pelo mais rico Estado brasileiro é por enquanto bastante dura. Há a briga entre Folha e Estadão, a concorrência entre os populares Jornal da Tarde (do Estadão), Diário de S. Paulo (Globo) e Agora (Folha) e entre os jornais especializados em economia Valor Econômico (Folha e Globo) e Gazeta Mercantil (da Companhia Brasileira de Multimídia, de Nelson Tanure, também dono do JB).

Com o Estadão indo para as mãos da Infoglobo, será criada uma situação no mínimo estranha: os dois donos (50% cada um) do Valor Econômico passarão a ser concorrentes diretos.

É sabido que o Globo desde há muito tempo cogita entrar no mercado paulista. A compra do Diário Popular, rebatizado como Diário de S. Paulo, não trouxe os frutos pretendidos. O jornal ainda está longe dos líderes Folha e Estadão. A possibilidade de controlar o centenário diário da família Mesquita, que já está há alguns anos afastada da administração da empresa, é uma chance de ouro para quem pretende se firmar em solo paulista. A marca Estadão, apesar de ter envelhecida ao longo do tempo, ainda é muito forte.

O problema todo, se o negócio sair, será o poder conquistado em terra bandeirante por uma só empresa - uma concentração jamais vista anteriormente, englobando emissoras de televisão e rádio líderes do mercado, diversas revistas e jornais importantes.

É algo para os órgãos antitruste do governo federal examinarem com lupa - ou melhor, microscópio.

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