Em Islamabad, Paquistão, um carro-bomba explodiu em frente da embaixada da Dinamarca, provocando oito mortes. O atentado foi mais uma represália contra a publicação, em 2006, em um jornal dinamarquês, de uma charge que os muçulmanos radicais consideraram ofensiva ao profeta Maomé. De lá para cá, mais de 50 pessoas morreram em protestos e manifestações contra a charge.
No Vaticano, o papa Bento 16 anunciou que vai permitir, a partir de 2010, a exposição pública do santo sudário, peça de tecido em que, supostamente, está estampado o rosto de Cristo, mas que testes científicos feitos há 20 anos com carbono 14 dataram entre 1260-1390. Ou seja, provaram que se trata de uma falsificação. A peça está guardada no relicário da capela Guarini, na catedral de Turim. Foi vista pelo público pela última vez em 2000, quando a igreja comemorou seu jubileu.
As duas notícias são do mesmo dia. Mostram a contradição em que vive o mundo, dominado, ao mesmo tempo, pela informação instantânea - que supostamente deveria ajudar o homem a se libertar de dogmas e preconceitos - e pelo fanatismo religioso - uma das expressões mais profundas da intolerância.
É difícil saber que caminho o ser humano vai tomar. De certa forma, as duas posições antagônicas representam não só opostos, mas expressam a eterna luta do homem para se impor em seu planeta - uma longa e dolorosa batalha feita de lentos movimentos e lentas conquistas. Por enquanto, ainda existe um raio de luz a rasgar as trevas. Por enquanto...
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