O presidente americano, George W. Bush, aproveita seus últimos momentos de poder para conclamar os europeus a endurecerem mais suas posições contra o Irã. Suas ordens são entusiasticamente seguidas pela Grã-Bretanha. O primeiro-ministro, Gordon Brown, agora faz o papel anteriormente desempenhado por Tony Blair, colocando-se como ajudante-de-ordens de Bush no continente.
A perseguição americana contra o Irã lembra o longo insolamento imposto pela superpotência a Cuba. Parece ser mais um caso de vingança do que a defesa de supostos valores democráticos. Em ambos os casos, os Estados Unidos acabaram perdendo aliados íntimos e dóceis aos seus interesses econômicos e geopolíticos. Em ambos os casos, a nação mais poderosa do mundo foi humilhada. E isso não poderia ficar impune.
Negar ao Irã o direito de desenvolver a tecnologia nuclear sob a alegação de que o país mascara intenções bélicas é uma atitude no mínimo cínica. Países aliados aos Estados Unidos fizeram a mesma coisa. Israel não só desenvolveu armas nucleares em quantidade suficiente para exterminar todo o Oriente Médio, mas se recusa a admitir a sua existência à comunidade mundial.
Mas a política global é assim mesmo. Prevalece a vontade do mais forte. Como se viu na campanha do Iraque, qualquer justificativa é suficiente para desencadear a hecatombe. Grande impérios se formaram e foram destruídos pelo uso da força. Os Estados Unidos apenas seguem à risca tal preceito. Não há ilusões. O próximo presidente americano deverá apenas continuar o que George W. Bush, com seus modos toscos, vem fazendo de mal ao planeta Terra.
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