sexta-feira, 13 de junho de 2008

Cruzados modernos

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, quer liderar uma "cruzada" contra a CSS, o imposto em vias de ser criado para substituir a CPMF. Os argumentos são os que os empresários sempre usam nesses casos. A chantagem de ameaçar com aumento de preços faz parte do pacote.

Ninguém gosta de pagar imposto. No Brasil e no resto do mundo. Mas nenhuma sociedade civilizada prescinde deles. É recorrente o argumento de que os impostos no país são muitos e elevados. Volta e meia aparece alguém dizendo que a carga tributária brasileira é uma das mais altas do planeta.

É verdade que o Brasil está perdido em um cipoal de tributos. É lógico que não precisava ser assim. Há impostos de todos os tipos e para todos os gostos. Porém, mesmo assim, na soma, o que arrecadam os governos municipais, estaduais e federais mal e mal dá para suprir as necessidades básicas do cidadão.

Alguns argumentam que isso ocorre porque os governantes atuais não sabem gastar. Na verdade, dizem isso porque querem substituí-los. Mas foi nas mãos de tais infalíveis que o país quebrou mais de uma vez. Não passam de demagogos que se recusam a discutir uma reforma tributária séria.

A "cruzada" de Paulo Skaf e seus pares fiespianos tem tudo para comover amplos setores da classe média, profissionais liberais e outras pessoas de ocupação indefinida. Porque são exatamente esses os que mais sonegam impostos. "Com recibo ou sem recibo?" é a pergunta recorrente das atendentes de tais prestadores de serviço.

Já os empresários, pagam impostos apenas para se verem livres das punições. Não têm nenhuma consciência de que é através dos tributos que o Estado pode prover a sua enorme rede de assistência social, aliviando-os de um encargo pesadíssimo. Estão na pré-história do capitalismo.

Temiam a CPMF porque era um instrumento eficaz para detectar os sonegadores. Temem a CSS pelas mesmas razões. Sabem que o argumento de que o tributo pressiona os preços é mentiroso, pois aumentaram suas margens de lucro com o fim da CPMF.

Como fazem desde o início do governo Lula, procuram sabotá-lo sem que apareçam como vilões. Têm saudades dos tempos em que podiam defender seus interesses explicitamente, sem subterfúgios. Lucram como nunca, mas ainda não estão satisfeitos. A presença do ex-metalúrgico no Planalto continua sendo uma ofensa à sua classe.

2 comentários:

  1. E o pig não dá nem notinha dizendo que só paga quem ganha acima de 3MIL.

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  2. Maravilho texto. Paulo Skaf é um pilantra que se vale do sistema "s" e dos impostos vinculados para sua promoção política. Mais uma vez Paulo Skaf é um p i l a n t r a de marca maior

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