domingo, 22 de junho de 2008

Conversa fiada

"O Pelé calado é um poeta."
Romário

A epígrafe acima poderia ter outro personagem. FHC tem sido muito procurado, nos últimos dias, para dar sua opinião sobre a política e os destinos do país. É impressionante que uma pessoa que foi duas vezes presidente da República, conviveu com os melhores quadros da intelectualidade brasileira, viajou por tantos países e conversou com tantas personalidades, fale tal número de asneiras.

A última entrevista que deu à Folha de S. Paulo é notável. FHC diz absurdos como se estivesse contando fatos absolutamente triviais. Parece estar completanente alheio à realidade. Ou convicto do que diz - como se fosse um mentiroso patológico.

Os trechos em negrito definem o FHC de hoje:

FOLHA - O programa atual do PSDB diz: "Nenhum partido vive dos feitos passados, vive do que realiza no presente e da visão de futuro que oferece". O PSDB controla hoje cinco Estados. O que o partido pode dizer que realiza no presente?

FHC- No caso de São Paulo e de Minas, que são os que eu conheço melhor, acho que o impulso dado na educação é muito grande. Também na segurança, no caso de SP, é bastante notório que houve uma queda imensa na taxa de homicídio. Por outro lado, são partidos que, ao fazer isso, não se esquecem de, como há condições agora, investimentos grandes. O que está sendo feito em São Paulo em investimento no sistema de transporte é enorme.

FOLHA - Nos últimos dias, enquanto o comando nacional do PSDB divulgava uma nota reduzindo a crise no governo Yeda a uma conspiração política, em SP a bancada tucana na Assembléia barrava investigação no caso Alstom. O partido não se enfraquece ao agir assim?

FHC - Não barrava investigação nenhuma. Não houve nada que pudesse dar razão para fazer uma CPI sobre o caso Alstom. O caso Alstom é a divulgação, na Europa, de que essa empresa teria dado alguma propina a alguns políticos. E pára por aí. Ninguém tem informação concreta. O resto é especulação. Você não pode fazer uma CPI na base da especulação. Não tem um elemento. Não sei se é o caso de CPI. O próprio governo deve ser o primeiro a se manifestar contra e punir.

FOLHA - E o governo Yeda?

FHC - Eu não acompanhei o caso da Yeda. O que eu vi foi o vice-governador tendo gravado uma conversa com alguém do governo Yeda que dizia que empresas estatais haviam financiado. Não se referia ao PSDB nem ao governo dela. Ela demitiu todo mundo. Então é uma atitude diferente.

E pensar que ainda exista quem o leve a sério.

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