segunda-feira, 9 de junho de 2008

Apenas frases

Nas últimas e recentes entrevistas que deu, já como candidata à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy tem sido perguntada sobre a infeliz frase que falou no auge do propalado "caosaéro". Os repórteres não se esquecem do "relaxe e goze" dito pela então ministra do Turismo como conselho aos viajantes que estavam presos nos aeroportos do país, à espera de seus vôos pelas eficientes empresas Gol e TAM.

Marta pelo menos se desculpou pela frase. Outros colegas políticos, também autores de sentenças célebres, não demonstraram nenhum arrependimento. De qualquer forma, é a velha história do "atire a primeira pedra". Se não, vejamos alguns exemplos mais notórios das maldades que a boca de um político pode produzir:

"Estupra, mas não mata" (Paulo Maluf).

"Se fosse aposentado, dava um tiro na cabeça" (João Figueiredo, aquele general que presidiu o país).

"Prefiro o cheiro do cavalo ao do povo" (Idem).

"Esqueçam o que eu escrevi" (Fernando Henrique Cardoso, o príncipe dos sociólogos brasileiros, presidente por duas vezes - a segunda graças à mudança que patrocinou na Constituição, que não permitia a reeleição).

"Se a pessoa não consegue produzir, coitado, vai ser professor" (Idem).

Há ainda frases menos ofensivas, mais folclóricas, no estilo Vicente Matheus:

"Bebo-o porque é líquido, se fosse sólido, comê-lo-ia" (Jânio Quadros, presidente do Brasil por sete meses e mistificador toda a vida).

"Duela a quién duela" (Fernando Collor, primeiro e único presidente do Brasil a sofrer um processo do impeachment).

"Tenho aquilo roxo" (Idem).

"Tenho o pé na cozinha"(FHC, de novo).

"A cachorra é um ser humano" (Antonio Rogério Magri, que foi ministro do Trabalho de Collor e levou sua cadela ao veterinário num carro oficial).

"Penso muito nos meus momentos de solidez" (Idem).

Esses são só alguns exemplos de como as pessoas reagem quando são pressionadas. Não quer dizer que pensem exatamente aquilo que falam, nem que expressem o pensamento correto. Acontece com qualquer um.

Não, só acontece com quem tem alguma coisa a dizer. Pessoas como, por exemplo, Geraldo Alckmin, jamais são vítimas desses atos falhos. Simplesmente porque não têm nenhum pensamento original.

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