Pesquisa do Ipea mostra que a arrecadação líquida de impostos no Brasil é insuficiente para o Estado cumprir todas as suas obrigações e que os pobres pagam mais tributos que os ricos. As duas constatações vão na contramão da propaganda alardeada por empresários e oposicionistas.
Na mesma pesquisa o Ipea mostra que a desigualdade no país é brutal: 10% da população concentra 75% da riqueza.
O estudo foi feito para dar subsídios à reforma tributária. E, embora suas conclusões sejam alarmantes, não deverão mudar a opinião daqueles que mais se beneficiam do sistema atual, justamente os mais ricos, que, por sua vez, são os que mais reclamam do status quo.
O tema reforma tributária é recorrente na vida política brasileira. A dificuldade para simplificar o cipoal de impostos em que vive a sociedade e transformá-lo em algo inteligível e benéfico à maioria é que ninguém cogita em ceder parte de seus ganhos. Como o dinheiro é curto, municípios, Estados e União brigam por centavos.
Entre os contribuintes, quem pode - como os grandes - faz lobby para pagar menos. E, nesse jogo de pressões, pouco se avança.
Como a oposição está mesmo é preocupada em desgastar a qualquer custo o governo Lula, os temas importantes ficam esquecidos no Legislativo. Para o país avançar é preciso que saiam de cena os canastrões de fala pomposa que só sabem repetir discursos decorados e vazios.
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