Em entrevista à rádio Bandeirantes, o ex-governador Geraldo Alckmin elegeu as prioridades de um hipótetico governo frente à prefeitura paulistana: educação e saúde, em primeiro lugar, habitação e segurança em seguida. Também falou sobre seu imenso amor à causa pública. Os entrevistadores parecerem satisfeitos com seu desempenho.
Não deveriam. Geraldo, que ficou seis anos governando o Estado mais rico da nação, conseguiu o feito de transformar o ensino paulista num dos piores do país. Para tanto contou com a ajuda de seu golden boy Gabriel Chalita, o homem dos mil livros inúteis.
Verdade que ele não fez por menos com a saúde, a habitação e a segurança pública. Depois que deixou o Palácio dos Bandeirantes, São Paulo nunca mais foi o mesmo. Alguns dizem ser assim mesmo a herança tucana, que transforma o bem público em satisfação privada - para toda a vida.
Coisa de invejosos. O legado de Geraldo para os paulistas foi muito além dos bens materiais. Deixou para seu sucessor um inefável clima de provincianismo que permeia todas as relações palacianas.
O encastelado José Serra que o diga. Trabalha dia e noite - mais à noite que de dia - para se livrar dessa atmosfera. E embora esteja sendo bem sucedido em algumas coisas, como por exemplo trocar os membros da corte, em outras se deu por vencido. Por isso aceita fazer o papel de bem comportado adversário - quando queria mesmo era chutar as canelas finas de Geraldo e dar-lhe uma lição inesquecível.
O embate entre os velhos companheiros segue renhido. Enquanto isso, há pouco a se falar sobre saúde, educação, moradia, segurança pública, emprego, investimentos, transportes.... São questões menores. O vôo dos tucanos é mais alto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário