É simbólico que o programa Fantástico, da Rede Globo, tenha sido o escolhido pelo casal acusado de matar sua filha e pelo jogador Ronaldo para se explicarem. Fantástico, "o show da vida", já teve a maior audiência da televisão brasileira, em tempos menos complexos que o atual. A Rede Globo também já foi mais importante do que hoje, quando se mostra incapaz até de derrubar um presidente da República.
Mesmo assim, o casal e o futebolista resolveram passar pelo detector de mentiras televisivo, expondo fraquezas que, para os pais da menina morta poderiam significar a prisão definitiva, e, no caso do atleta quase aposentado, o melancólico adeus aos dias de glória.
Isso porque, dizem os entendidos, o olho eletrônico desnuda de tal maneira quem a ele se submete que é impossível um mentiroso sobreviver ao seu poder. Será verdade?
Não faltaram especialistas para julgar o desempenho dos protagonistas do show da vida. E foram veredictos contraditórios, a revelar que o homem é sempre capaz de superar a sua criação. No caso, de usar o poder televisivo a seu favor.
Porque, no fim das contas, tudo se resumiu a isso: a Globo lutando para levantar sua audiência e os três entrevistados justificando o injustificável.
Terminado o espetáculo, tudo continua como antes. Nenhum aspecto novo foi levantado que pudesse mudar convicções, nada objetivamente se alterou, além do fiapo momentâneo de emoção que se pretendeu introduzir na seleta platéia.
É mesmo fantástico o modo como se comporta a dona dos corações e mentes de milhões de brasileiros.
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