A pressão internacional contra os esforços do Brasil de produzir um combustível alternativo ao petróleo continua forte. A mais recente investida foi da Anistia Internacional, que, em seu relatório anual, afirma que "trabalho forçado e condições de trabalho exploradoras foram registrados em muitos Estados, inclusive no setor de cana-de açúcar, que cresce rapidamente".
O documento cita casos de resgates de trabalhadores feitos pelo Ministério do Trabalho no ano passado, como a retirada de 288 pessoas de seis plantações de cana-de açúcar em São Paulo, de 409 resgatados de uma destilaria de etanol no Mato Grosso do Sul e a libertação de mais de mil em condições "análogas à escravidão" em uma plantação da fabricante de etanol Pagrisa, no Pará.
Para o porta-voz da organização no país, Tim Cahill, "é importante que o governo brasileiro comece a regulamentar esse setor, a realmente policiar". Segundo ele, o policiamento por parte do Ministério Público e do Ministério do Trabalho precisa ser "mais forte".
Como se vê, a ação internacional contra a produção e massificação do etanol é ampla e sofisticada. Vai além de uma simples chiadeira dos maiores prejudicados, as gigantes petrolíferas. Envolve organismos de reputação, como a FAO, e ONGs diversas, como a Anistia Internacional.
O objetivo é um só: mostrar a inviabilidade do etanol como combustível. Assim, o preço do petróleo pode continuar a subir e o mundo ficar como está, nas mãos de um cartel que pela primeira vez viu seu poder ameaçado.
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