A disputa pela prefeitura de São Paulo nem começou oficialmente, mas, nos bastidores, mostra-se sangrenta. Notícia da Folha de S. Paulo dá conta que o ex-governador Orestes Quércia acertou parceria do PMDB, que comanda estadualmente, com o prefeito Gilberto Kassab. Se a informação for confirmada, será péssima para os outros dois aspirantes à prefeitura, o ex-governador tucano Geraldo Alckmin e a ex-prefeita petista Marta Suplicy.
Para Geraldo, a aliança do PFL com o PMDB significa que ele perdeu a queda-de-braço com o governador José Serra, patrocinador da candidatura de Kassab. Já Marta, que tentava costurar uma união com Quércia, terá de se contentar com a presença, em sua chapa, de aliados de menor expressão eleitoral, repetindo a estratégia da última eleição municipal, vencida por Serra.
Mas quem passa mesmo pelo maior dilema nesse xadrez eleitoral são os tucanos paulistas. Cada lance do jogo parece aprofundar o fosso que separa os dois maiores caciques do partido no Estado, ou seja, Serra e Geraldo.
Para eles, a eleição municipal representa muito. Na verdade, está em jogo a própria sobrevivência política de cada um. Geraldo luta desesperadamente para voltar a ter alguma expressão nacional - e para isso, nada melhor, no momento, que o governo da maior cidade do país. Serra quer se manter como o favorito tucano para a disputa presidencial de 2010. Não pode, portanto, perder o comando de São Paulo.
Entre os dois está o PT, que aguarda os movimentos dos dois adversários para oficializar a candidatura Marta Suplicy. Embora tenha, momentaneamente, sofrido um revés ao não conseguir atrair o PMDB para o seu lado, ainda assim o PT está numa situação privilegiada na disputa: afinal, no campo inimigo trava-se uma cruel luta fraticida.
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